domingo, 5 de janeiro de 2014

Singular Tempo II

"Se não me falhe a memoria, 
meu coração já esteve aqui...
Em outro tempo, de outra forma. 
Ora, perdão, era outra história.
Logo esquivei da comparação e da fala defensiva.
Prossegui.
Agora surpreendido pelo fascínio de um ser singular, 
ainda em tempo, entre a razão e a emoção,
nem quis a mim mesmo contestar.
Encantado pela forma e arrebatado pelo feito. 
Disse sim, e se quer a voz alterei.
Persisti.
Sou do tipo que vivo, refuto o medo 
e simplesmente, deixo sentir.
Mas me apego a reciprocidade e a lógica da construção.
Contudo, permito aos ciclos da vida, 
a resposta do sim ou do não.
As vezes, ouço prognósticos de sofrimento...
Paro, me direciono, com os olhos, á minha alma
e ponderadamente, pronuncio:
- Ora, calma! Dê tempo ao tempo.
O mundo é feito de rodopios, 
e nessas indas e vindas, 
por mais forte que seja o vento,
se vive, cresce, amadurece.
E após o dilúvio de emoção,
o mar acalma...
Retoma a quietude do coração."

(Kenji Takahashi, Maio-2016)

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