"Esta instituído a comunicação pela telepatia e o adivinha. Que se dane a fala ou a escrita, esqueça o telefonema, a mensagem e até mesmo o Email. Arrancaram de nós as redes sociais e os sistemas de bate papo virtual.
Teremos que nos dotar de um sistema baseado no achismo. Aceito a desculpa da falta de maturidade e ate mesmo a timidez, mas se a ponte de comunicação esta escancarada, não cabe a mudez.
Ora, porque ter medo do não, se a resposta desejada, depende pela metade da sua responsabilidade? Não é hora mais de admitir uma espera não declarada e explanada, não se morre de paixão, apenas é elegante clarificar os caminhos, evitando a indiferença como fruto de tanta intimidade compartilhada.
Se caso a fala esteja presa pela vergonha, emita uma mensagem escrita, nada difere se não o tempo de transmissão, pois o não e o sim são definições de tanta nitidez que o meio se torna secundário. Entretanto o talvez é uma saída premeditada para deixar na espera um prato suculento para ser consumido no momento da fome mútua, onde estamos cegos de qualquer memória e dominados pela ânsia momentânea. E de novo o retorno da mudez...
Nenhum ser humano esta imune a este processo, expondo nossas incapacidades e fragilidades, esta é apenas uma forma indistinta de dizer sim, não ou talvez.
Fica claro nossa inabilidade para uma transparência na comunicação.
Todavia, se somos diretos e claros, nos julgam de objetivos demais. Se somos carinhosos, correm e nos intitulam de pegajosos (Rs). Se calamos e esperamos, inciamos o ciclo vicioso da dita telepatia.
Assim sendo, acredito na objetividade com elegância, no desejo esclarecido e no talvez de comum acordo. Mas precisa comunicar, falar, escrever e ou exprimir, pacificamente, definir. Como diria um sábio Japonês chamado Cyro Takahashi, tudo que é mais ou menos se refere a medida do anus."
(Kenji Takahashi, Mai-2012)
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