quarta-feira, 18 de maio de 2011


PARA MEU AMADO (Kenji 19, maio,2011)

Um dia idealizei o meu amor, formatei um ser humano que possuía comportamentos baseados em meus princípios. Construí um corpo, uma mente e com sentimentos regrados, como eu achava que deveria ser. Tolo fui eu, imaturo, infantil, dominador, possessivo e egoísta em montar um boneco perfeito do meu jeito... coitadinho, do boneco, é claro.

Pra dizer a verdade creio que não fui o único neste mundo a imaginar ter o poder da criação, nos julgamos Deus, que tamanha petulância!
O engraçado é querer a perfeição, esquecendo do detalhe que o boneco não teria sentimento, nem vontade própria, porque não pensamos que na existência do obra feita,  as exigências seriam recíprocas.

Ops! Pergunto, seríamos capazes de sermos exatamente o espelho de nossa suposta criação? Iríamos suportar a convivência com nós mesmos?

Doce e cruel ilusão, falsa a afirmativa que nos levou para esta crença! Digo que não nos suportaríamos nas nossas rabugices, digo que tanta regra seria irritante. Então ao meu espelho peço perdão por tantas chatices. Nós, simplesmente, impomos regras para um comportamento de um suposto pretendente. O desconhecido criado fora desenhado antes mesmo de ser beijado, que infâmia!

Obvio, que no processo da conquista, surgem seres que simulam a exatidão de nossos pré requisitos, mas sem ser negativista, os príncipes viram sapo, num piscar de olhos, mas saibamos que esta observação da transformação, pode ser em mão de via dupla. Preste atenção e não julgue as cegas. Nada de ser insensato, faça um trato com seu caráter.

Mas como dizíamos no começo, o boneco formado, criado e ou idealizado tem vida própria. Ele senti, pensa e também tem suas escolhas e pré requisitos. Tolice nossa, tentar escolher no menu de comportamentos, um ser humano adequado ao pedido formatado.

Vamos ser realistas, não existe a fôrma ideal, tudo é assim experimental, nada mais certo que ceder a algumas exigências, assim a materialização do tão sonhado amado poderá se tornar real aos olhos do pobre mestre, metido a besta e egoísta chamado EU. 

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